Encontrei essa imagem aqui.
Das coincidências da vida, dos fluxos que ela vai tomando – assim que cheguei ao Hakim Bey e seu Caos – Terrorismo Poético e outros crimes exemplares. Segundo a Wikipédia, “Hakim Bey é o pseudônimo de Peter Lamborn Wilson historiador, escritor e poeta, pesquisador do Sufismo bem como da organização social dos Piratas do século XVII [também publiquei sobre os piratas analógicos e digitais aqui], teórico libertário cujos escritos causaram grande impacto no movimento anarquista das últimas décadas do século XX e início do século XXI”.
E eu, que vivo o dilema entre postura construtiva versus rebeldia e desobediência civil, me deparo com o valor da destrutividade. Não seria nem destrutividade o termo, afinal
“O caos é anterior a todos os princípios de ordem & entropia, não é nem um deus nem uma larva, seu desejos primais englobam & definem toda coreografia possível, todos éteres & flogísticos sem sentido algum: suas máscaras, como nuvens, são cristalizações da sua própria ausência de rosto.
Tudo na natureza, inclusive a consciência, é perfeitamente real: não há absolutamente nada com o que se preocupar. As correntes da Lei não foram apenas quebradas, elas nunca existiram. Demônios nunca vigiaram as estrelas, o Império nunca começou, Eros nunca deixou a barba crescer.
Não. Ouça, foi isso que aconteceu: eles mentiram, venderam-lhe idéias de bem & mal, infundiram-lhe a desconfiança de seu próprio corpo & a vergonha pela sua condição de profeta do caos, inventaram palavras de nojo para seu amor molecular, hipnotizaram-no com a falta de atenção, entediaram-no com a civilização & todas as suas emoções mesquinhas.
(…)
Aqui estamos, engatinhando pelas frestas entres as paredes da Igreja, do Estado, da Escola & da Empresa, todos os monolitos paranóicos. Arrancados da tribo pela nostalgia selvagem, escavamos em busca de mundos perdidos, bombas imaginárias.”
Me volto ao Caos.
“(…)
Caos, o Abismo, é anterior a tudo, depois vem a Terra/Gaia, & então o Desejo/Eros. Desses três surgiram dois pares – Érebo & Noite ancestral, Éter & Luz diurna.
Nem Ser, nem Não-ser
Nem ar, nem terra, nem espaço:
o que estava escondido? onde? sob a proteção de quem?
O que era a água, profunda, insondável?
Nem morte, nem imortalidade, dia ou noite…
mas o UNO soprado por si mesmo, sem vento.
Nada mais. Escuridão envolvendo escuridão,
água não-manifesta.
O UNO, escondido pelo vazio,
sentiu a geração do calor, tornou-se ser
na forma do Desejo, primeira semente da Mente…
O que estava por cima e o que, por baixo?
Existiam semeadores, existiam poderes:
energia embaixo, impulso em cima.
Mas quem pode ter certeza?
Rig Veda
(…)
O Caos nunca morreu.”