Depois de passar pela aldeia guarani Tenonde Porã, na cidade de São Paulo, e pela aldeia Rio Branco, no município de Itanhaém, a Expedición Donde Miras chegou a Santos no dia seis de julho. Após a difícil caminhada de uma aldeia à outra na mata, as caminhadas pelo litoral foram tranqüilas – terreno plano, sol e a deliciosa brisa do mar, sem contar a vista e a possibilidade de andar com os pés na água. O grupo integrou-se cada vez mais, formando a família Donde Miras.
Zinho Trindade e Adriano Soares no sarau em Santos.
Os viajantes ficaram alojados na Oficina Cultural Regional Pagu, localizada na antiga cadeia de Santos, graças à Assaoc – Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, parceira da expedição. Havia um sarau programado para a noite da chegada, mas devido a atrasos da caminhada o grupo chegou meia hora após o horário estabelecido e o equipamento de produção da prefeitura de Santos já não estava disponível. Mesmo assim os Donde Miras percorreram a praça cantando e iniciaram o sarau. Na volta para o alojamento, uma intervenção no busão surgiu espontaneamente, com os versos de Zinho Trindade e poesias de Adriano Soares e Johnny Mucho.
Mucho na intervenção no busão.
Caminhada Santos – São Vicente.
No dia seguinte a caminhada partiu para São Vicente, a primeira cidade do Brasil. Na terça-feira, dia oito, o grupo foi recebido com teatro local na Vila de São Vicente, centro turístico da cidade. O sarau aconteceu à noite, com a participação de apreciadores e produtores de arte locais, e um debate sobre a realidade cultural da cidade foi suscitado. A falta de incentivo cultural por parte da administração pública foi apontado, porém chegou-se à conclusão que atividades culturais podem e devem ser organizadas pela própria população, mesmo sem apoio do Estado.
Teatro de recepção à expedição em São Vicente.
Donde Miras na Vila de São Vicente.
Após um dia de descanso, a expedição seguiu seu trajeto rumo à Praia Grande. O sarau ocorreu no mesmo dia da chegada no ginásio Rodrigão, onde o grupo estava alojado. Estudantes e professores do EJA – Educação para Jovens e Adultos participaram do sarau, no qual foram exibidos o trailer do filme do primeiro trecho da Expedición Donde Miras, de São Paulo a Curitiba em janeiro deste ano, e o filme Panorama – Arte na Periferia, seguidos de música e poesia.
Após Praia Grande foi a vez de Mongaguá. O grupo foi acolhido no Centro Cultural Raul Cortez, onde realizou-se a oficina de dança contemporânea, ministrada por Cícero Mendes. À noite no sarau, os moradores participaram com poesia e blues, e os Donde Miras contribuíram com mais poesia.
Cícero em sua apresentação no sarau em Mongaguá.
Oficina de dança contemporânea em Mongaguá.
Apresentação de blues no sarau em Mongaguá.
A próxima parada foi em Itanhaém. Alisson da Paz coordenou a aula aberta de literatura em ação e mais um sarau foi promovido. De Itanhaém a expedição partiu para Peruíbe, onde Zinho Trindade desenvolveu uma oficina de ritmo e poesia, seguida por um entusiasmante sarau. O destino seguinte era Barra do Ribeira, onde a Expedición Donde Miras iniciaria mais uma fase de sua caminhada, de contato mais intenso com as pessoas e com a natureza.
Bira ajudando Marivone na caminhada de Itanhaém a Peruíbe.
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onde estão?
Acabou. Em breve vou postar o resto da caminhada, por problemas técnicos parte das fotos não estão comigo. Mas foi até Cananéia, acabou dia 27 de julho.