Em tudo se vê a palavra amor,
mas quase ninguém fala de Amor.
Afinal, cartas de Amor são ridículas.
Tão ridículo, esse tal de Amor.
Nos faz perder o controle de tudo.
O controle que supomos crer que existe.
Não, o Amor não faz perder o controle.
Antes faz ruir mentiras.
Um pouquinho de verdade e já se cessam os diálogos.
Verdades são rudes. Acabam com os jogos.
Amor, esse labirinto onde já não sabemos mais o que é verdade ou projeção.
O que é Eu e o que é o Outro.
O Amor que sinto não é só meu.
Carrego comigo a ternura das moléculas que se apaixonaram e criaram a vida.
Os séculos e séculos de patriarcado e casamentos de violência e medo.
A amargura de minha vó.
Poucos ousam bater na porta do Amor.
Poucos ousam pular abismos.
Poucos ousam abraçar demônios,
a única maneira de criar asas.
As pessoas estão muito ocupadas para amar.
As pessoas estão muito distraídas para amar.
As pessoas estão muito ansiosas para amar.
O desafio do dar sem nada querer receber
enquanto o coração se estraçalha no peito.
O limite entre a generosidade e a auto-preservação.
Não posso dar o que já não tenho.
O sangue é rico. Mas acaba.
Muito isso!
<3 <3 <3 <3
oin… nega… super acolho e compartilho!