Poemetos escritos da única maneira que sei escrever poesia: quando o papel e a caneta chamam, sendo a única solução para a insônia. A caneta corre no papel assim sem muita pretensão nem racionalização – é a expressão livre do eu.
Teoria da queimadura
Coitadas das minhas células
sofrem queimadas, sem saber por quê.
Talvez haja mundos em cada uma delas –
seus habitantes criam teorias acerca de Deus e o Universo (no caso, Eu).
Não compreendem que sua galáxia é a batata da minha perna
e agonizam, queimados, sem saber por quê.
Devem achar que é o fim dos tempos
aquecimento global.
a fúria dos anjos.
Não os culpo. Talvez o meu mundo
seja uma célula da batata da perna de Deus,
e também agonizo sem saber por quê.
A vida
Caí.
Machuquei.
Gritei.
Levantei.
Curei.
Nada de manha.
A vida é dura.
Eco emotivo
Por que não devo pensar
no que poderia ter sido?
Esmiuçar cada sonho do passado, possibilidades
labirinto de ecos do vivido.
Devo ter medo de me machucar?
Pode ser divertido.
Desmimada
Solteira e longe dos pais,
não sei mais chorar arrancando os cabelos.
Declaração
Sinto muito, mas nunca vou te deixar em paz.
Te amo.
Colorizando
Qual é a cor do seu desejo?
O meu é rosa, bem de menina.
(Mas pode ficar vermelho).
Desbocada
Se minha boca te disser mentiras,
não acredites.
Ela não sabe o que fala.
P.S. Percebo uma certa influência dos Tiros Curtos do Joselito – mas os dele são bem melhores.
Tags: poesia
olha, Mi … uma homenagem inestimável, principalmente porque você sabe que gosto muito de você !
=]
gostei dos poemetos … gostei até de chamá-los de poemetos … afinal, nessa coisa de “literatura” cad ahora inventam uma nomenclatura (conto curto, microconto, poesia, poetrix …) e, volta e meia, além de deixar fluir o texto … tem que deixar fluir o todo, ao invés de ficar tentando classificar, analisar …
gostei muito das suas experiências … principalmente da queimadura, das cores e da desbocada
quando sentir vontade, não fique acanhada, brinque mais com as letrinhas … você é boa nisso
cuide-se
beijos
🙂