Tudo meu

Sinto que penso que sei o que acho que sonho
Ouço o silêncio noturno contar-me segredos do tolo e do rei

Fecha os olhos
Sente o cheiro
A rosa que surge na praça brotou no cimento e se ergue no ar

A poesia, a rua, o beco
o castelo e o pedreiro
a bruxa e o cocar

É tudo meu
É meu cantar

O tempo parado na sala
o pão e a mortalha
o medo de amar

É tudo meu
É caminhar

É o equilíbrio entre o chão e o Universo
na tênue linha que corta o ar

Mal sei o que sou,
identidade entre névoas,
pistas discretas indicam meu Eu

Cultivo com carinho
os retalhos que me criam
colagem efêmera de fotografias de Deus

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2 Responses to “Tudo meu”

  1. Helo disse:

    adorei Mi! linda!

  2. guga disse:

    bonita poesia!
    parabens!

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