da constante crise

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De quando a vista molha e tudo sente.

 

A crise existencial bimestral. É mais fácil rotular assim.

Mas a verdade é que “os objetivos pessoais” me são muito pequenos.

Não consigo admirar verdadeiramente a segurança. Ao menos, não em mim.

 

Me encanta o salto. Porque a mudança é tão necessária. O universo é tão grande.

E o mundo dos humanos é tão triste. Belo porém triste.

 

Talvez, realmente, o meu maior egoísmo seja a vontade de querer ajudar.

E sinto que ajudo quando me permito simplesmente ser.

Sem os personagens sociais, sem as diversas máscaras que,

inconscientemente ou conscientemente, alterno.

 

Me cansam as obrigações, os egos, os horários, os ritos da eletricidade.

Me cansa o que esperam de mim. Me cansam os planos que, no fim, me faço.

 

Talvez seja muito romantismo. Ou fuga, como dizem os analistas sobre os que não se adaptam.

Mas talvez ainda seja que a vida que pulsa dentro de mim se entristece com a falta de vida disso tudo.

Quem sabe a loucura tenha mais sentido que essa sanidade doente.

Mas já estive nessa encruzilhada. Já neguei a loucura e a solidão.

Pertenço a esse mundo. Me sinto filha e mãe dele.

Filha rebelde. Mãe zelosa.

 

A responsabilidade frente ao mundo

e o ímpeto expansivo de vida

se chocam.

 

Entre asas e raízes

tem um coração sufocado.

Ficou um bom tempo preso na garganta,

se escondeu, se perdeu e já não sabe mais como voltar.

 

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