Fue un poco como si también la flor me mirara, esos contactos, a veces… Usted sabe, cualquiera los sienten, eso que llaman la belleza.
Julio Cortazar, La Flor Amarilla (conto de Final del Juego).
Imagem minha, no Pelourinho. Salvador, 2009.
Após aproximadamente um ano de viagem estou de volta a Blumenau, cidade onde nasci e vivi até os dezessete anos. É um estranho processo – voltar à casa onde morei por tanto tempo, rever meus pais, o clima e a vegetação que falam tanto de mim mesma. A palavra voltar não faz jus a essa experiência. Ao mesmo tempo em que tenho algumas características e padrões de comportamento que parecem ser eternos e sólidos como raízes, já não sou a mesma pessoa que entrou num ônibus para Assunção cerca de um ano atrás. O mesmo em relação às outras pessoas e lugares e aos dias. É sempre a mesma coisa, só que tudo diferente.
A última carona
Deixamos Porto Velho com o objetivo de pegar carona até Cuiabá; de lá eu seguiria para Teresina de Goiás, Thiago passaria por Campo Grande e depois me alcançaria em Goiás. O plano de carona não foi muito bem sucedido – em uma semana na estrada, acampando em postos de gasolina, só conseguimos uma carona longa, mas não o suficiente. Chegamos até Comodoro, no Mato Grosso, mais ou menos na metade do trajeto até Cuiabá. Nessas horas as economias são uma bênção. Decidimos nos separar ali mesmo, cada um seguindo de ônibus para o seu destino.
Anos depois, lembro do caminhoneiro que nos deu carona. Se não me engano o apelido dele era Tyson, e já tinha sido professor de alguma arte marcial. Ao entrar no caminhão ele pediu pra gente tirar os sapatos, falou que não era por mal e que já ficava como dica: o caminhão é como se fosse a casa do caminhoneiro. Ele ofereceu pagar rango pra gente, quando paramos pra descansar um pouco num boteco de estrada. Quase todos que nos deram carona, nas rodovias argentinas e brasileiras, ofereciam alguma coisa. Dessa vez não precisei aceitar, em outras foi a salvação. Ele contava histórias de namoradas, da família, da vida na estrada e de outros caminhoneiros. Falou muito da filha, e resolveu dar uma passada na sua casa, que era meio que no caminho, só para dar um abraço nela. Entramos na casa, tarde da noite, acho que a mãe dele que abriu o portão, alguém mais velho. Ele foi acordar a filha só para abraçá-la. Foi rápido, ele tinha que cumprir o prazo de entrega da carga. De volta ao caminhão, eu e Thiago capotamos – o caminhoneiro também estava cansado e deu uma indireta forte, que um dos motivos para dar carona era ter alguém para conversar e ajudar a tapear o sono. Endireitamos a coluna e nos esforçamos.
Veja mais no blog da comunicação compartilhada da 10ª Jornada de Agroecologia
Numa oficina improvisada de comunicação compartilhada, surgiu a Rádio Agroecologia em Movimento. O programa aconteceu ao vivo durante o intervalo de almoço de sexta (24), durante a 10ª Jornada de Agroecologia.
Teve poesia, entrevista, recado e até música ao vivo. Ê, trem bom! É a comunicação popular!
Marcha de abertura da X Jornada de Agroecologia
Londrina, 22 de junho de 2011
Confira a cobertura da Jornada aqui.
Lugar de arte é nas ruas! OSGEMEOS e Blu invadiram o centro de Lisboa com cores, sonhos e provocações.
Mas tem paineis não-identificados aí. Me ajuda?
Lisboa, março de 2011.
Sam3