Porto Feliz, janeiro de 2009.
Posts Tagged ‘donde miras’
Senhorinha
sexta-feira, julho 16th, 2010Arquivo Donde Miras – Sarau em São Vicente
segunda-feira, abril 19th, 2010Sarau do segundo trecho da Expedición Donde Miras, de São Paulo a Cananéia.
Poesia, música e debate sobre cultura e políticas culturais no município.
São Vicente, julho de 2008. Em preto e branco, película.
Veja mais sobre a Expedición Donde Miras – Caminhada Cultural da América Latina em http://expediciondondemiras.blogspot.com
Para quem?
terça-feira, janeiro 26th, 2010Casa de Cultura de Paraty, eu e os funcionários
Nos quadros que retratam a colonização,
somente nomes de pintores europeus
“Engraçado que é sempre os outros que contam a nossa história”, desabafei
… silêncio …
“Não tem arte indígena?”
“Ahn?”
“Arte indígena.”
“O quê??”
“A-r-t-e i-n-d-í-g-e-n-a!”
“Acho que tem uma peça de artesanato lá em cima.
Mas foram os espertos que contaram a história.
Os índios não tinham papel e pincel.”
Artesanato indígena
no chão das ruas
Arte branca
em galerias e museus
Pedras, igrejas
e casarões coloniais
Macaquinhos pulando
sobre telhados e quintais
Montanhas de Mata Atlântica,
porto e cachoeira
Paraty, mas não para aqueles
de pele amarela e negra
Paraty, gringo
Paraty, elite branca
Paraty
mas não para nós
Donde Miras – Sarau em Maresias
terça-feira, janeiro 12th, 2010Veja mais sobre a Expedición Donde Miras aqui
Donde Miras – A passos largos
terça-feira, janeiro 12th, 2010Faz mais de quinze dias que saímos de Santos. Podiam ser trinta, quinhentos ou 20347 dias passados. O tempo Donde Miras é outro, não se mede em calendários ou relógios. Estamos há muito tempo caminhado? Pouco? Quantos quilometros andamos? Quantas reflexões surgiram? Quantas ideias se derreteram e se metamorfosearam? O olhar vai além e não se prende a números e convenções.
Poetas, palhaços, espanhóis, músicos, argentinos, atores, a cambada da Zona Sul e até uma menina do sul que não hesita em vir a cada caminhada. Somos um, mas somos tão diversos. “Na poesia e na pura ritmia, a família é Donde Miras e o que eu quero é andar”, rimou Zinho.
O território percorrido é a cultura e o litoral norte de São Paulo. É alta temporada e o turismo não dá sossego. Do coração da metrópole, as veias asfaltadas espalham a degradação de um sistema – mesmo no seu período de descanso, os turistas carregam consigo seus hábitos e uma ânsia de extravasar toda a repressão de um ano inteiro. Na virada do ano, em Bertioga, o clima era tenso, mesmo em plena festa. Alegria violenta e artificial. Vida violenta e artificial. Os fogos e os sonhos são de artifício – um pequeno encanto fugaz.
Vamos caminhando debaixo do sol de escaldar do nosso Brasil, molhando o pé nesse marzão de deus, bebendo das fontes exuberantes, pisando, rimando e mirando. Os mosquitos não perdoam nossas peles macias. O verde abraça a beira das estradas, e os carros se movem, dirigindo-se aos residenciais de luxo do litoral norte paulista. Ilhas de conforto forjadas para simular um mundo que não existe, construído sobre a miséria das vilas e favelas. Na verdade, não existem dois mundos. São extremos de uma mesma realidade desigual.
Este solo é rico – boa parte do pouco que sobrou da Mata Atlântica brasileira encontra-se nesse trecho. Contudo, há outras riquezas em cheque. Essa é a região do Pré-Sal. Em São Sebastião, onde estamos agora, a Petrobrás impera. Em todos os lados há reservatórios de petróleo, centrais e cartazes publicitários da empresa. Grande parte da população depende diretamente dela. A pretensão é ampliar o porto da cidade – mais pessoas virão para trabalhar nessa obra. E a estrutura da cidade, irá acompanhar o crescimento? Haverá moradia, educação, sistema de saúde, cultura e alimentação para todos? E o ambiente, esse resquício de Mata Atlântica que ainda não destruímos? Iremos passar por cima dele com nossos rolos de concreto também?
Tivemos esse debate ontem, quando Soraia, amiga do Binho que trabalha com Biodança, veio fazer uma vivência conosco. Sua amiga Malu a acompanhou. Ela mora na região há sete anos e nos contou um pouco da conjuntura local. Esse debate, assim como aquele que tivemos sobre o Pré-Sal em Santos, nos leva a pensar que há muito o que mudar. Nossos hábitos estão distorcidos, nossas relações muitas vezes se dão de maneira equivocada. Enquanto o objetivo de nossa sociedade for individual e monetário, de pouco servirão mudanças. Por isso nossa caminhada procura desenvolver novos olhares. Afinal o que queremos? Onde almejamos chegar? Preparemos nossas setas, mas antes definemos o alvo.
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Donde Miras – Mamãe Oxúm
terça-feira, janeiro 12th, 2010Cachoeiras do litoral paulista. As duas primeiras imagens são de Maresias. As restantes são da aldeia guarani pela qual passamos.
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Donde miras – Morte e fé
terça-feira, janeiro 12th, 2010Chegando a Maresias, templos de fé e morte. O cemitério da cidade e a capela de São Sebastião.
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Donde Miras – Pé com pé
terça-feira, janeiro 12th, 2010Fotos tiradas em janeiro de 2010, no trecho da Expedición Donde Miras de Santos a Paraty. As quatro primeiras fotos são referentes à caminhada de Boiçucanga a Maresias, e a última de Maresias ao centro de São Sebastião.
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Donde Miras – Aldeia
sábado, janeiro 9th, 2010Donde Miras – Pé na estrada
domingo, dezembro 27th, 2009Onze horas da noite do dia 26 de dezembro na rodoviária de Curitiba. Malas, corpos, confusão e ansiedade. Para onde vão todas as pessoas? Sonhos, obrigações, reencontros, destino e vontade. O limbo daqueles que ainda não foram.
Minha ansiedade mira. Os andarilhos já haviam saído de São Paulo para a largada oficial de mais uma caminhada da Expedición Donde Miras, o quarto trecho, agora de Santos a Paraty. Ânsia de passos, versos, cores e timbres. Será um mês de caminhos percorridos, saraus, poesia, fotografia, cinema e teatro – cultura a cada passo.
Meu ônibus percorreu as horas mortas paranaenses e paulistas. Pinga lá, pinga cá, desembarco às seis da matina em Santos. Minha referência é o alojamento cedido pelo Sindicato dos Bancários – silêncio matutino, o descanso dos que caminharão. “Abre a porta pra mim, Donde Miras”. Luan sonolento me recebe – a cidade dorme.
Barracas, colchões e cozinha improvisada. Eu descanso da viagem conturbada enquanto aos poucos os caminhantes despertam – feliz reencontro. É o início de mais um ciclo de troca e mutação. As trilhas da América Latina se abrem.
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