segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Caos

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Encontrei essa imagem aqui.

Das coincidências da vida, dos fluxos que ela vai tomando – assim que cheguei ao Hakim Bey e seu Caos – Terrorismo Poético e outros crimes exemplares. Segundo a Wikipédia, “Hakim Bey é o pseudônimo de Peter Lamborn Wilson historiador, escritor e poeta, pesquisador do Sufismo bem como da organização social dos Piratas do século XVII [também publiquei sobre os piratas analógicos e digitais aqui], teórico libertário cujos escritos causaram grande impacto no movimento anarquista das últimas décadas do século XX e início do século XXI”.

E eu, que vivo o dilema entre postura construtiva versus rebeldia e desobediência civil, me deparo com o valor da destrutividade. Não seria nem destrutividade o termo, afinal

“O caos é anterior a todos os princípios de ordem & entropia, não é nem um deus nem uma larva, seu desejos primais englobam & definem toda coreografia possível, todos éteres & flogísticos sem sentido algum: suas máscaras, como nuvens, são cristalizações da sua própria ausência de rosto.

Tudo na natureza, inclusive a consciência, é perfeitamente real: não há absolutamente nada com o que se preocupar. As correntes da Lei não foram apenas quebradas, elas nunca existiram. Demônios nunca vigiaram as estrelas, o Império nunca começou, Eros nunca deixou a barba crescer.

Não. Ouça, foi isso que aconteceu: eles mentiram, venderam-lhe idéias de bem & mal, infundiram-lhe a desconfiança de seu próprio corpo & a vergonha pela sua condição de profeta do caos, inventaram palavras de nojo para seu amor molecular, hipnotizaram-no com a falta de atenção, entediaram-no com a civilização & todas as suas emoções mesquinhas.

(…)

Aqui estamos, engatinhando pelas frestas entres as paredes da Igreja, do Estado, da Escola & da Empresa, todos os monolitos paranóicos. Arrancados da tribo pela nostalgia selvagem, escavamos em busca de mundos perdidos, bombas imaginárias.”

 

Me volto ao Caos.

“(…)

Caos, o Abismo, é anterior a tudo, depois vem a Terra/Gaia, & então o Desejo/Eros. Desses três surgiram dois pares – Érebo & Noite ancestral, Éter & Luz diurna.

Nem Ser, nem Não-ser
Nem ar, nem terra, nem espaço:
o que estava escondido? onde? sob a proteção de quem?
O que era a água, profunda, insondável?
Nem morte, nem imortalidade, dia ou noite…
mas o UNO soprado por si mesmo, sem vento.
Nada mais. Escuridão envolvendo escuridão,
água não-manifesta.

O UNO, escondido pelo vazio,
sentiu a geração do calor, tornou-se ser
na forma do Desejo, primeira semente da Mente…

O que estava por cima e o que, por baixo?
Existiam semeadores, existiam poderes:
energia embaixo, impulso em cima.
Mas quem pode ter certeza?

Rig Veda

(…)

O Caos nunca morreu.”

 

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domingo, 23 de dezembro de 2012

Libertália: lutar até a morte

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“Que fazer quando o sistema, em seu conjunto – financeiro, econômico, político e ecológico – dá evidentes sinais que não funciona? Seguir tolerando mentiras para viver cinicamente a vidinha confortável e supostamente segura? Ou será possível ousar?¨

Pirataria,  anarquismo, Matrix, Indignados, tudo no mesmo balaio. É desses mosaicos de utopias que se faz a mudança. Comecei a ler o Copyfight – Pirataria & Cultura Livre, um livro feito colaborativamente e distribuído de forma livre (acessando o link você pode baixar ou ler online),  e chego a esse artigo que muito traduz dos anseios e das conexões que têm sacudido o mundo:

“Pirata significa também que está ‘fora do lugar’. Identifica os que se opõem à sociedade em suas práticas sociais, especialmente no campo da cultura, da arte, da política e da informação.

Os piratas digitais hoje desafiam o sistema como no passado quando eram o maior obstáculo ao capitalismo mercante-escravagista. Usam os meios que dispõem para desferir golpes no sistema. E se misturam à massa de descontentes anônimos, como faziam os do passado, que contavam com informações e apoio do povo da costa. Essa é a dualidade dos piratas: são o ‘mal’ do sistema, ao mesmo tempo em que sua redenção.”

Avante, marujos!

 

—————————- Sonho Pirata ou Realidade 2.0? —————————-

Artigo de Jorge Machado que integra o recém-lançado livro Copyfight – Pirataria & Cultura Livre.

 

1. O sonho

No final do Século XVII, quando o capitão Misson e o ex-padre dominicano Caraciolli acompanhados por centenas de piratas decidiram se estabelecer na costa ocidental de Madagascar, as primeiras medidas que tomaram foram renunciar suas nacionalidades, abolir a propriedade privada e acabar com a circulação de dinheiro – os recursos passaram a ser reunidos em um fundo comum. »Surgia Libertália«. Não se sabe se foi uma comunidade, uma aldeia ou mesmo uma mera utopia. Sua fama circulou pelos oceanos, de barco a barco, de costa a costa pelas bocas do povo do mar, do povo da areia e do povo da floresta.

Localizada em um paraíso tropical e habitada por gente amiga, Libertália era também perfeita por estar próxima às principais rotas marítimas. Para Daniel Dafoe* (1724), testemunha da “era de ouro da pirataria”, Libertália foi a maior expressão da Utopia pirata por uma terra livre. Onde embarcações sem bandeira podiam atracar, rincão onde pobres, escravos libertos, indígenas e perseguidos viviam em paz. Lá não havia lugar de privilégios de nobreza, inquisição religiosa, exploração colonial ou comerciantes de escravos. Era o único local onde se ostentava em terra firme a bandeira preto e branca, conhecida como “jolly roger” – cuja origem vem do francês jolie rouge (“bela vermelha”). Seu uso significava a disposição de uma embarcação lutar até a morte. Leia o texto completo »

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vida, morte e sonho em Cecília

Peguei esse livro, que aglutina Metal Rosicler e Solombra, para ler na casa da minha mãe. Me atravessou. Tive que copiar alguns trechos.  Cecília Meireles, saravá.

 

METAL ROSICLER

28

Sob os verdes trevos que a tarde
rossia com o mais leve aljofre,
tonta, a borboleta procura
uma posição para a morte.

Oh! de que morre? Por que morre?
De nada. Termina. Esvaece.
Retorna a outras mobilidades,
recompõe-se em íris celestes.

Nos verdes trevos, pousa, cega,
à procura de um brando leito.
Altos homens… Árvores altas…
Igrejas… Nuvens… Pensamento…

Não… Tudo extremamente longe!
O mundo não diz nada à vida
que sozinha oscila nos trevos,
embalando a própria agonia.

Que diáfana seda, que sonho,
que aérea túnica tão fina,
que invisível desenho esparso
de outro casulo agora fia?

Secreto momento inviolado
que ao tempo, sem queixa, devolve
as asas tênues, tão pesadas
no rarefeito céu da morte!

Sob os verdes trevos que a noite
no chão silenciosa dissipa,
jaz a frágil carta sem dono:
– escrita? lida? – Restituída.

32

Parecia que ia morrendo
sufocada.
Mas logo de seu peito vinha
uma trêmula cascata,
que aumentava, que aumentava
com borboletas de espuma
e fogo e prata.

Parecia que ia morrendo
de loucura.
Mas logo rápida movia
não sei que vaga porta escura
e, mais tênue que o sol e a lua,
passava entre fitas e rosas
sua figura.

Parecia que ia morrendo
em segredo.
Mas uma rumorosa vida
rugia mais que oceano ou vento
nas suas mãos em movimento.
Agarrava o tempo e o destino
com um ágil dedo.

Parecia que ia morrendo
e revivia.
E girava saias imensas,
maiores do que a noite e o dia.
Rouca, delirante, aguerrida,
pisando a morte e os maus agouros,
“olé!” – dizia.

36

Não temos bens, não temos terra
e não vemos nenhum parente.
Os amigos já estão na morte
e o resto é incerto e indiferente.
Entre vozes contraditórias,
chama-se Deus onipotente:
Deus respondia, no passado,
mas não responde, no presente.
Por que esperança ou que cegueira
damos um passo para a frente?
Desarmados de corpo e de alma,
vivendo do que a dor consente,
sonhamos falar – não falamos;
sonhamos sentir – ninguém sente;
sonhamos viver – mas o mundo
desaba inopinadamente.
E marchamos sobre o horizonte:
cinzas no oriente e no ocidente;
e nem chegada nem retorno
para a imensa turba inconsciente.
A vida apenas à nossa alma
brada este aviso imenso e urgente?

Sonhamos ser. Mas ai, quem somos,
entre esta alucinada gente?

SOLOMBRA

Eu sou essa pessoa que o vento chama,
a que não se recusa a esse final convite,
em máquina de adeus, sem tentação de volta.

Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza.
Eu sou essa pessoa a quem o vento leva:
iá de horizontes libertada, mas sozinha.

Se a Beleza sonhada é maior que a vivente,
dizei-me: não quereis ou não sabeis ser sonho?
Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga.

Pelos mundos do vento, em meus cílios guardadas
vão as medidas que separam os abraços.
Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:

“Agora és livre, se ainda recordas.”

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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ermitando

minha nossa senhora dos ranzinzas incompreendidos,

livrai-me dos telefones e dos relógios.

amém.

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domingo, 14 de outubro de 2012

Lindolf Bell e O inventário

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Lindolf Bell é talvez o mais reconhecido poeta do Vale do Itajaí, lá de onde eu vim em Santa Catarina. Me espanta achar pouquíssimas de suas obras no universo online, e algumas com erros. Patético que meu acervo da adolescência tenha que servir de resgate para sua obra. Cá estou eu com uma pastinha cuja primeira página indica: “Meu poemas preferidos, poemas de minha autoria e textos da Academia de Mont Alverne” ( que era a academia de oratória do colégio em que estudei). Remonta ao ano 2000. E lá tem alguns poemas de Bell que copiei do livro do meu pai, acho que era “O código das águas”.

Aproveitei para corrigir o Poema tipo fichário de informações, que tinha copiado de alguma página online e estava errado. Meu acervinho pessoal tendo alguma utilidade… Fica a dica pra Fundação Cultural de Blumenau ou até pra Secretaria de Estado da Cultura…

De qualquer maneira, vale a leitura.

 

O inventário Leia o texto completo »

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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A vagabundagem em extinção


“O cego tocador de sanfona”, Brueghel

O sonho original do vagabundo nunca foi definido melhor do que nesse adorável poeminha citado por Dwight Goddard em sua Bíblia budista:

Oh, por esse raro acontecimento
Eu alegremente daria dez mil peças de ouro!
Um chapéu na cabeça, uma trouxa às costas,
E minha companhia, a brisa refrescante e a lua cheia.

Na América houve sempre (…) uma idéia especial e definida da liberdade que significa andar a pé. (…) Acampar é considerado um esporte saudável para escoteiros, mas é crime para homens maduros que fizeram disso sua vocação. – A pobreza é tida como virtude entre os monges das nações civilizadas – na América você passa a noite no xadrez se for pego desprevenido, sem seus trocados para vagabundear (da última vez que ouvi falar nisso eram quinze centavos, parceiro – quanto é agora?).

No tempo de Brueghel, as crianças dançavam ao redor do vagabundo, ele vestia roupas imensas e rotas e olhava sempre em frente, indiferente às crianças, e as famílias não se importavam que as crianças brincassem com o vagabundo, era algo normal. – Mas hoje as mães abraçam os filhos com força quando um vagabundo cruza a cidade por causa daquilo em que os jornais o transformaram – o estuprador, o estrangulador, o comedor de criancinhas. – Fique longe de desconhecidos, eles lhe darão doces envenenados. Embora o vagabundo de Brueghel e o vagabundo de hoje sejam o mesmo, as crianças são diferentes. – Onde se meteu o vagabundo chaplinesco? O antigo vagabundo da Divina Comédia? O vagabundo é Virgílio, ele foi o precursor. – O vagabundo penetra no mundo infantil (como no famoso quadro de Brueghel onde um enorme vagabundo cruza solenemente pela vila de tina de lavar roupa e os cães latem e as crianças riem, St. Pied Piper), mas o mundo hoje é adulto, não é mais um mundo infantil. – O vagabundo hoje é forçado a agir furtivamente – todos ficam assistindo aos heróis policiais na TV.

Trecho do Viajante solitário, de Jack Kerouac

Tava lendo meu TCC esses dias, o livro-reportagem Viajeros. Ele contava com uma parte teórica, e esse trecho do Viajante Solitário constava nela. Vai ser incorporado à nova versão do livro. Será que um dia sai??

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

inmortales

Parece una broma, pero somos inmortales.(…) Todos inmortales, viejo.

Julio Cortazar, La Flor Amarilla (conto de Final del Juego).


Imagem minha, Ieve. Porto Velho, 2007.

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

la belleza

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Fue un poco como si también la flor me mirara, esos contactos, a veces… Usted sabe, cualquiera los sienten, eso que llaman la belleza.

Julio Cortazar, La Flor Amarilla (conto de Final del Juego).

Imagem minha, no Pelourinho. Salvador, 2009.

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sábado, 7 de julho de 2012

Subvida

Ele rolava no chão. No meio da praça, bem pelo caminho que as pessoas passam. Um péssimo lugar pra deitar. Mas ele estava ali. Virava pra um lado, virava pro outro, tentava se levantar, caía, deitava feito feto, vontade de não ser, não conseguia, virava pra um lado, virava pro outro, cabeça balançando em delírio-pesadelo.

Ele ali, a Praça movimentada – a vida, pra todos, segue. É tragédia a cada esquina, se parar em cada uma não se anda. Será que tento ajudar? Mas ele tá locão, como vou ajudar. Ele pode estar morrendo, será que eu chamo o SAMU?

O que será que ele tomou? Ele fumou pedra? O que faz ficar assim? “Deve estar há uns três dias bebendo e fumando pedra”. Qual será a história dele?

O cara pode estar morrendo, ali na frente, “mas o que podemos fazer?”. Não é? Temos nossos compromissos e não podemos carregar o mundo em nossas costas. Não é?

E se fala em solidariedade. Amor. Falta em todos nós.

A vida desumana da humanidade segue.

 

Dois homens o tiram do meio da praça e o colocam deitado num banco. Ligam pra alguém. Espero que pra unidade de saúde, não pra polícia.

E o que pega nas entranhas é a culpa, mais que a compaixão. O egoísmo fede. Às vezes parece que manter uma boa imagem de si mesmo fala mais alto ao instinto que ajudar ao próximo. Fomos condicionados ou serei assim tão mesquinha? Isso faz parte de mim e eu tenho que arrancar de dentro ou é um crosta que me impuseram? Já não faz mais diferença, é uma falsa dualidade. Como costumam ser as dualidades.

 

O que aconteceu com ele?

Tive medo de ajudar.

Denúncia explícita de uma subvida.

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terça-feira, 19 de junho de 2012

Ocupação indígena Aldeia Maracanã convoca manifestação durante a Rio +20

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A manifestação contra tomada do espaço da ocupação para construção de empreendimento para a Copa será nesta quinta-feira, 21


Zahy concedeu entrevista nessa segunda (18) à Rádio Cúpula, que pode ser acompanhada online ou ao vivo no Teritório do Futuro (em frente ao Museu de Arte Moderna), onde ocorrem parte das atividades da Cúpula dos Povos.

“Vamos lutar até o fim, se precisarmos tombar, assim vai ser¨, diz Zahy Guajajara, com serenidade e determinação impressionantes. Ela faz parte da ocupação Aldeia Maracanã, que há seis anos resiste na antiga sede do Serviço de Proteção ao Índio. Hoje a ocupação está ameaçada pelo estado, que pretende construir um empreendimento para a Copa do Mundo no local.

Zahy conclama os povos indígenas e apoiadores de suas causas a se unirem numa manifestação pacífica em denúncia às inúmeras violações que os povos originários do nosso território têm sofrido. A manifestação será nessa quinta (21) às 17h30 no estádio do Maracanã.

Assista o vídeo-denúncia e confira abaixo o Manifesto da Aldeia Maracanã.

Se você recebeu esta carta, certamente é um indígena legítimo ou um verdadeiro apoiador das causas indígenas. É com muita insatisfação com o descaso público que trazemos a você mais uma de muitas lutas dos nossos irmãos indígenas, luta esta em que estou envolvida de corpo e alma.

Há aproximadamente seis anos, o antigo Museu do Índio foi ocupado por uma frente de resistência envolvendo diversas etnias do nosso extenso país. Esse grupo de parentes, do qual faço parte, tem entre seus propósitos resistir contra os intentos do governo de construir, no prédio fundado por Darcy Ribeiro, um shopping ou estacionamento para o estádio do Maracanã, que fica ao lado. O prédio, que já se encontra em condições deploráveis, foi berço do antigo SPI, Serviço de Proteção ao Índio, que deu origem à atual e ineficiente FUNAI, além de ter abrigado as primeiras instalações do Museu do Índio, que agora está localizada na Rua das Palmeiras, 55, no bairro de Botafogo.

Parentes, é com muita dor que pedimos o seu apoio, pois aquele chão que outrora foi motivo de algum orgulho, hoje encontra-se na iminência de ser deserdado de todas as nossas futuras gerações. A terra indígena da mata é invadida e desrespeitada todos os dias e agora esse governo corrupto, sem raízes e vazio quer tomar alguns poucos metros de terra indígena no coração urbano da cidade do Rio de Janeiro. Não vamos permitir que roubem de nós um chão conquistado com tanta luta! Nós, os integrantes deste movimento de ocupação e resistência, pedimos o apoio de todos os parentes para criarmos o Centro Cultural Indígena Aldeia Maracanã, que abrigará todas as etnias, línguas e culturas e será um ponto de encontro entre todas as lideranças indígenas do nosso país. Para que a cada dia as culturas e a população indígena seja valorizada, respeitada e inserida na sociedade civil e política.

Queremos convidar os parentes para uma manifestação pacífica ao redor do estádio do Maracanã, nesta quinta-feira (21.06) às 17h30. Uma luta sem violência, uma guerra sem morte e uma vitória que possa ser assistida pelas lentes da imprensa nacional e internacional. Os olhos do mundo estão voltados para a cidade do Rio de Janeiro. Não vamos esconder nossas culturas e sonhos ficando somente sentados em cadeiras de plástico debaixo de tendas, ouvindo apenas palavras. Vamos transformar as palavras em atitudes e os sonhos em realidade. O estádio mais famoso do Brasil e do mundo tem um nome indígena, Maracanã. Parentes, podem ter certeza que a maior parte dos cariocas nem sabe disso. O nome Maracanã vem do tupi-guarani, da palavra maracá. Queremos formar uma corrente em volta de todo o estádio com todos os parentes tocando maracá e cantando e dançando seus rituais. Vamos fazer o maior círculo indígena do mundo, chamando a atenção da sociedade civil para os descasos das autoridades para com a memória histórica do trajeto indígena na cidade que abriga este mega evento chamado Rio +20.

Zahy Guajajara, integrante da ocupação indígena Aldeia Maracanã

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